quarta-feira, 15 de setembro de 2010

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Viver (Ikiru, 1952)

" Se o cinema japonês tivesse uma bandeira, “Akira Kurosawa” estaria escrito nela. Entenda o porquê clicando aqui, e viva você também essa grande emoção!


Supremacia Técnica: esse filme é tecnicamente impressionante.Na Mosca: nem um segundo a mais, nem um a menos, esse filme tem o tamanho exato que deveria ter.Cebola: a única forma de disfarçar o choro vendo o filme é indo para a chuva...

Nota IMDB: 8,2.Nossa Nota: 8,0.

1952, Japão - Drama - Clique para visitar o IMDB desse filme:
Diretor: Akira KurosawaOs Sete Samurais (1952), Yojimbo - O Gurda-Costas (1961), Sonhos (1990).
Elenco: Takashi Shimura, Shinichi Himori, Haruo Tanaka, Minoru Chiaki.

Sinopse: Kanji Watanabe é há muito tempo um burocrático funcionário público que, junto com o resto do pessoal do escritório, desperdiçou toda a sua vida fazendo nada… Mas uma triste novidade vai mudar isso.

Batman - Aparício NetoViver transcende o puro cinema e é uma obra mais parecida com uma poesia filmada. Tem momentos de extrema beleza, que chegam a ser hipnotizantes em sua mensagem profunda, triste e melancólica, mas ao mesmo tempo um tanto quanto edificante. Vai te fazer pensar bastante tempo sobre o que foi assistido, e se bem entendido, criar uma faceta nova na complexa questão sobre o que afinal é “viver”.
Em um ainda bonito preto e branco, o filme abusa das tomadas longas para contar a história de um acomodado funcionário público, vivido magistralmente por Takashi Shimura (ator frequente nos longas do diretor), que ao investigar uma simples dor de estômago descobre ter cancer terminal e apenas seis meses de vida. Se tivesse vivido plenamente talvez o filme inveredasse para o simples melodrama, mas nosso protagonista vem renegando a sua vida por pelo menos 30 anos, com a excusa de criar um filho que no momento o considera apenas um entrave. Seria possível recuperar o tempo perdido e, antes do fim, dar sentido pra sua vida?

Shimura: emocionando até quando
anda de balanço na chuva...
É na atuação de Shimura que reside a base do filme. Eu tinha a imagem do general estrategista de “Os Sete Samurais” quando o vi, mas ele habilmente constroi um ser humano que, mesmo preso aos costumes e questões culturais japonesas, é capaz de emocionar qualquer um quando, em uma bebedeira de bar ou num balanço infantil de parque, cantarola com sua voz gutural uma canção com potencial de destruir com o coração de qualquer herói, realizando talvez o momento mais emblemático do cinema oriental.
No final, Viver é mais um filme de samurai do mestre Kurosawa. Com uma crítica acida sobre questões importantes no Japão da época, como as deficiências do governo e a burocracia desmedida da área pública para fugir de suas responsabilidades, o que fica é a mesma questão que motivava os guerreiros feudais: a honra de servir ao outro.

Merece estar no TOP 250 IMDB? Sem dúvida alguma. Quem discordar, que seja desafiado a olhar nos olhos de Shimura, em alguma das cenas geniais que Kurosawa nos proporciona, e não sinta uma compulsiva vontade de rever a sua existência e aproveitar melhor cada momento que ainda tiver. Quantos filmes conseguem isso?
Nota: 9,0 Batman.

- Enquanto isso, na sala da Liga Nerd IMDB...


Lanterna Verde - Gustavo ParanhosViver é um drama muito bem dirigido por Akira Kurosawa, verdadeiro mestre do cinema japonês. A forma como o filme é conduzido nos dá exatamente a informação necessária para entender o que está se passando com o protagonista naquele momento da sua vivência, depois de descobrir que teria pouco tempo de vida. O filme foca então no que ele pode fazer para, antes de partir, sentir que sua vida valeu a pena. Apesar de isso fixar a nossa atenção na tela, acho que temos alguns minutos a mais na narrativa, alguns totalmente desnecessários. O longa seria melhor se aparasse essa arestas.
É triste descobrir, depois de uma vida inteira, que não fizemos absolutamente nada por nós mesmos ou para as outras pessoas que estão ao nosso redor. Esse é o motivo pelo qual estou na Liga: para que após minha morte (seja em batalha como o meu antecessor ou por velhice), sobreviva o meu legado.”
Nota: 7,0 - Lanterna Verde.

Mulher-Gavião - Daya Ambos“Uma obra bela, emocionante, que toca profundamente o coração dos espectadores e certamente os faz refletir. Como deve ser terrível descobrir que você ira morrer sem ter feito nada de sua vida, sem nem sequer ter vivido.
Além de uma historia tocante sobre superação, honra, família e a busca por um significado de viver, o filme traz também uma critica forte contra os departamentos públicos e seus governantes, que pode muito bem ser adaptada para qualquer lugar no mundo. Pelo menos para mim, aquelas sequencias de empurra-empurra do problema sem ninguém resolver nada me pareceu extremamente familiar...
Viver transmite uma mensagem que não pode ser ignorada e que é evidenciada na cena que mais me emocionou, onde o protagonista canta com sua voz delicadamente rouca...”
Nota: 8,0 - Mulher-Gavião.

Super-Homem - Leandro Avila“Apesar de ser um diretor famoso, Viver foi o primeiro filme de Akira Kurosawa que assisti e já pude perceber os motivos que fizeram seu nome tão reconhecido e expressivo na sétima arte. Ter uma vida longa e próspera, não significa necessariamente uma vida feliz, e é justamente esse contra ponto, a trama central da obra muito bem abordada por Kurosawa, despertando a analise não somente da vida do protagonista, como também do nosso próprio jeito de viver.
O filme também nos passa, de forma poética, inúmeras reflexões e lições de vida, além de fazer uma crítica ao sempre lento e burocrático serviço público, capaz de comover até aqueles avessos as peculiares interpretações japonesas. Com outros longas do diretor no Top 250 pra conferir, acho que será inevitável virar seu fã de carteirinha!”
Nota: 7,9 Super-Homem.
 
Aquaman - Leo Feck“A obra realmente expõe sobre o valor da vida, onde muitas vezes esquecemos de olhar ao nosso redor e viver enquanto o tempo está passando. Certamente é a grande lição que o filme passa quando fala sobre Watanabe, nosso personagem principal, que esqueceu de sua vida ao passo que a única coisa certa, e que sabia fazer, era trabalhar. O diretor Akira Kurosawa acerta a mão quando apresenta no longa-metragem, para fazer um “par” com Watanabe, uma jovem exatamente oposta ao nosso protagonista: viva, ativa e comilona.
Não é o primeiro filme que vemos onde o personagem principal está prestes a morrer e procura usar o tempo restante para se dedicar a algo mais digno e decente. Entretanto, acredito que Viver deva ter influenciado ou inspirado outros filmes, pois realmente a sua história causa comoção a qualquer um a ponto de valorizar melhor sua vida, mesmo quem esteja no fundo de um oceano...”
Nota: 7,0 Aquaman.
Assista também:

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6 comentários:

  1. acreditem, eu tenho Ikiru aqui em casa, a ainda não assisti, simplesmente ficou esquecido, e eu lembrei disso ao ver esse post.
    verei o filme o quanto antes e voltarei aqui para dar a minha opinião

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  2. SENSACIONAL! acabo de assistir
    gostei bastante, é um filme longo, mas o tempo flui bem, nem parece. é realmente emocionante, principalmente a cena do balanço.
    Destaque também para a conversa no bar, logo no começo do filme, achei magnífica.
    abraços

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  3. Pedrão, tu não existe...
    Que bom que tu curtiu o filme, meu velho, fico muito feliz em te influenciar positivamente. Isso me gratifica e engrandece o nosso trabalho.
    Temos a mesma opinião sobre o filme. Amanhã, no extra sobre ele, tu vai ver que coloquei a cena do balanço na série de momentos inesquecíveis.
    Valeu demais pela visita, tche! Grande abraço;

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  4. Este filme é realmente muito belo! Tambem gosto bastante da cena do balanço mas, para mim, a mais marcante é a da canção no bar. Impossível não se emocionar com esta obra!!

    Super beijos.

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  5. é verdade Dayane, a cena do bar é bastante impactante, o close que dá no rosto dele, além da expressão facial do mesmo, e os olhares lançados pelos outros frequentadores do bar. mistura da pena, desprezo e compaixão( pouca compaixão).
    e Aparício, Tamos juntos, amanhã venho checar esse extra :D
    abração!

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  6. Filme emotivo (e esquecido) do mestre Kurosawa. Muito bom!

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