" Se o cinema japonês tivesse uma bandeira, “Akira Kurosawa” estaria escrito nela. Entenda o porquê clicando aqui, e viva você também essa grande emoção!”
Nota IMDB: 8,2. – Nossa Nota: 8,0.
1952, Japão - Drama -

Diretor: Akira Kurosawa – Os Sete Samurais (1952), Yojimbo - O Gurda-Costas (1961), Sonhos (1990).
Elenco: Takashi Shimura, Shinichi Himori, Haruo Tanaka, Minoru Chiaki.
Sinopse: Kanji Watanabe é há muito tempo um burocrático funcionário público que, junto com o resto do pessoal do escritório, desperdiçou toda a sua vida fazendo nada… Mas uma triste novidade vai mudar isso.

Em um ainda bonito preto e branco, o filme abusa das tomadas longas para contar a história de um acomodado funcionário público, vivido magistralmente por Takashi Shimura (ator frequente nos longas do diretor), que ao investigar uma simples dor de estômago descobre ter cancer terminal e apenas seis meses de vida. Se tivesse vivido plenamente talvez o filme inveredasse para o simples melodrama, mas nosso protagonista vem renegando a sua vida por pelo menos 30 anos, com a excusa de criar um filho que no momento o considera apenas um entrave. Seria possível recuperar o tempo perdido e, antes do fim, dar sentido pra sua vida?
É na atuação de Shimura que reside a base do filme. Eu tinha a imagem do general estrategista de “Os Sete Samurais” quando o vi, mas ele habilmente constroi um ser humano que, mesmo preso aos costumes e questões culturais japonesas, é capaz de emocionar qualquer um quando, em uma bebedeira de bar ou num balanço infantil de parque, cantarola com sua voz gutural uma canção com potencial de destruir com o coração de qualquer herói, realizando talvez o momento mais emblemático do cinema oriental.
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Shimura: emocionando até quando anda de balanço na chuva... |
No final, Viver é mais um filme de samurai do mestre Kurosawa. Com uma crítica acida sobre questões importantes no Japão da época, como as deficiências do governo e a burocracia desmedida da área pública para fugir de suas responsabilidades, o que fica é a mesma questão que motivava os guerreiros feudais: a honra de servir ao outro.
Merece estar no TOP 250 IMDB? Sem dúvida alguma. Quem discordar, que seja desafiado a olhar nos olhos de Shimura, em alguma das cenas geniais que Kurosawa nos proporciona, e não sinta uma compulsiva vontade de rever a sua existência e aproveitar melhor cada momento que ainda tiver. Quantos filmes conseguem isso?
Nota: 9,0 – Batman.
- Enquanto isso, na sala da Liga Nerd IMDB...


É triste descobrir, depois de uma vida inteira, que não fizemos absolutamente nada por nós mesmos ou para as outras pessoas que estão ao nosso redor. Esse é o motivo pelo qual estou na Liga: para que após minha morte (seja em batalha como o meu antecessor ou por velhice), sobreviva o meu legado.”
Nota: 7,0 - Lanterna Verde.

Além de uma historia tocante sobre superação, honra, família e a busca por um significado de viver, o filme traz também uma critica forte contra os departamentos públicos e seus governantes, que pode muito bem ser adaptada para qualquer lugar no mundo. Pelo menos para mim, aquelas sequencias de empurra-empurra do problema sem ninguém resolver nada me pareceu extremamente familiar...
Viver transmite uma mensagem que não pode ser ignorada e que é evidenciada na cena que mais me emocionou, onde o protagonista canta com sua voz delicadamente rouca...”
Nota: 8,0 - Mulher-Gavião.

O filme também nos passa, de forma poética, inúmeras reflexões e lições de vida, além de fazer uma crítica ao sempre lento e burocrático serviço público, capaz de comover até aqueles avessos as peculiares interpretações japonesas. Com outros longas do diretor no Top 250 pra conferir, acho que será inevitável virar seu fã de carteirinha!”
Nota: 7,9 – Super-Homem.

Não é o primeiro filme que vemos onde o personagem principal está prestes a morrer e procura usar o tempo restante para se dedicar a algo mais digno e decente. Entretanto, acredito que Viver deva ter influenciado ou inspirado outros filmes, pois realmente a sua história causa comoção a qualquer um a ponto de valorizar melhor sua vida, mesmo quem esteja no fundo de um oceano...”
Nota: 7,0 – Aquaman.
Assista também:
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acreditem, eu tenho Ikiru aqui em casa, a ainda não assisti, simplesmente ficou esquecido, e eu lembrei disso ao ver esse post.
ResponderExcluirverei o filme o quanto antes e voltarei aqui para dar a minha opinião
SENSACIONAL! acabo de assistir
ResponderExcluirgostei bastante, é um filme longo, mas o tempo flui bem, nem parece. é realmente emocionante, principalmente a cena do balanço.
Destaque também para a conversa no bar, logo no começo do filme, achei magnífica.
abraços
Pedrão, tu não existe...
ResponderExcluirQue bom que tu curtiu o filme, meu velho, fico muito feliz em te influenciar positivamente. Isso me gratifica e engrandece o nosso trabalho.
Temos a mesma opinião sobre o filme. Amanhã, no extra sobre ele, tu vai ver que coloquei a cena do balanço na série de momentos inesquecíveis.
Valeu demais pela visita, tche! Grande abraço;
Este filme é realmente muito belo! Tambem gosto bastante da cena do balanço mas, para mim, a mais marcante é a da canção no bar. Impossível não se emocionar com esta obra!!
ResponderExcluirSuper beijos.
é verdade Dayane, a cena do bar é bastante impactante, o close que dá no rosto dele, além da expressão facial do mesmo, e os olhares lançados pelos outros frequentadores do bar. mistura da pena, desprezo e compaixão( pouca compaixão).
ResponderExcluire Aparício, Tamos juntos, amanhã venho checar esse extra :D
abração!
Filme emotivo (e esquecido) do mestre Kurosawa. Muito bom!
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