sábado, 23 de outubro de 2010

Top 225 - Os Incompreendidos (Les Quatre Cents Coups, 1959) -

Os Incompreendidos (Les Quatre Cents Coups, 1959)

" - Na década de 50, um certo francês e seu filme em preto e branco tiveram a coragem de enfrentar a poderosa Hollywood e suas fórmulas para o sucesso, revolucionando esse cenário. Compreenda conosco o que foi que aconteceu...

Superação: mesmo com todas as dificuldades do mundo, o filme ficou ótimo.
Enchendo Linguiça: para cumprir horário, o filme tem uma série de acontecimentos desnecessários.

Nota IMDB: 8,1.Nossa Nota: 7,3.

1959, França - Drama - Clique para visitar o IMDB desse filme:
Diretor: François TruffautOs Pivetes (1957), A Noiva Estava de Preto (1968), O Último Metrô (1980).
Elenco: Jean-Pierre Léaud, Patrick Auffay, Claire Maurier, Albert Rémy.

Sinopse: uma história tocante e intensa sobre um garoto incompreendido que deixado à solta pela família, entra num carrossel de pequenos delitos.

Super-Homem - Leandro AvilaO então jovem diretor, produtor e escritor François Truffaut, depois de muito criticar o cinema francês de sua época, resolveu ele mesmo fazer um filme, utilizando para isso exclusivamente o seu bom senso criativo e as suas memórias de infância. Essa peculiar mistura, resultou não apenas na sua obra mais emblemática, mas também no filme da lingua francesa mais expressivo de todos os tempos.
Os Incompreendidos tem seu primeiro acerto ao selecionar um jovem desconhecido de 13 anos, Jean-Pierre Léaud, para o papel central, onde sua naturalidade na atuação dá tanta veracidade que acreditamos ser um voyeur de sua vida real. Bem está também a parte técnica que consegue, com as diferentes tomadas de ângulos e posições de câmera, nos dar a sensação de estar diante de um documentário. E, como não poderia deixar de ser, o próprio Truffaut possibilita o grande diferencial por ousar e ir de encontro a tendência francesa de seguir os padrões do cinema norte-americano, inovando e revolucionando com uma nova perspectiva, vista em seu longa.

Os Incompreendidos
"Francesinho é o car#@*&,
meu nome é Antoine Doinel, porra!"
O filme, apesar de essencialmente dramático, tem momentos engraçados ao depararmos com as peripécias de Antoine em busca de sua identidade. Entrando nesse universo infantil, notamos uma visão um tanto triste e melancólica da vida do personagem principal ao notar que suas atitudes são quase as de um adulto, visto que é ele quem toma as principais decisões de sua vida. O protagonista tornou-se tão importante para François Truffaut (praticamente seu alter-ego), que ele reaparece em mais 4 filmes (não tão expressivos quanto o 1°), criando uma ligação de 20 anos de triplice aliança entre diretor, ator e personagem.
Olhar esse longa me propiciou grande satisfação e, principalmente, lembranças e reflexões da minha própria juventude da qual o filme remeteu de forma natural. Tirando a má escolha dada para o título do filme no Brasil, a tradução literal seria “Os 400 Golpes” (expressão idiomática francesa que significa repetir uma fralde ou golpe até se tornar crível), não a nada que vi para ser retocado nessa obra-prima, mesmo usando minha visão de raio-x.

Merece estar no TOP 250 IMDB? Depois de tudo que comentei, ainda resta alguma dúvida?
Nota: 8,2 – por Super-Homem.

- Enquanto isso, na sala da Liga Nerd IMDB...

Mulher-Gavião - Daya Ambos"- Todos nós, em alguma fase de nossas vidas, fomos incompreendidos, principalmente por nossos pais e pela sociedade. Muitas vezes não somos ouvidos nem respeitados como portadores de opiniões próprias, não nos encaixamos e por isso fugimos de tudo em busca de algo maior em que acreditar. Essa foi a mensagem que este belíssimo filme me passou.
Como não se identificar com aquele pobre garoto a procura de reconhecimento, atenção e, até mesmo, carinho? Quantas vezes fizemos coisas erradas e impensadas pois apenas assim notavam nossa existência? Se essa não foi a historia de sua juventude tenha certeza que foi a de muitos de seus amigos, conhecidos e de certa forma, a minha também. Encontrei um pouco da jovem Shayera Hol na sofrida trajetória de Antoine Doinel. Não é a toa que outros quatro filmes foram feitos dando continuação a esta obra.”
Nota: 7,5 - Mulher-Gavião.
 
Aquaman - Leo Feck“- Belo longa-metragem francês. Possui tomadas simples, porém envolventes. Nos acostumamos com a levada um tanto lenta desde o início, porém acabamos entrando na história e vivendo cada dia imprevisível com o personagem principal.
protagonista Antoine Doinel é interpretado de maneira muito realista pelo garoto Jean-Pierre Léaud, que nos faz pensar muitas vezes que o filme é um documentário, e não uma história fictícia. Acompanhamos a obra pelo ponto de vista do menino, onde na minha opinião ele é severamente punido até com um pouco de exagero. Gostei do drama.”

Nota: 7,0 Aquaman.

Batman - Aparício Neto"- Com uma proposta sensível e sem maniqueísmos, somos levados à reflexão sobre como traumas e dificuldades da infância podem levar alguém a uma existência perturbada e de caminhos obscuros. Sei que parece que estou falando de mim mesmo, Bruce Wayne, mas é disso que trata esse clássico do mestre frances Truffaut.
Apesar de toda essa mensagem, muito importante e pertinente, a obra é cansativa e carece de melhor desenvolvimento. Porém, uma cena envolvendo um depoimento da criança protagonista à uma psicologa mostra o quanto de sentimento está embutido aqui e porque o filme virou uma obra seminal. Fiquei satisfeito em assistir finalmente a um filme dele, e vou descobrir o que mais está escondido em sua filmografia.”
Nota: 7,0 - por Batman.

Lanterna Verde - Gustavo Paranhos“- Esta obra é quase uma autobiografia do seu diretor François Truffaut, e na época colocou a França de volta no roteiro internacional de cinema. Por esse motivo entendo porque consta no top 250 do IMDB, mas tirando estes pontos, o filme é chato, longo e desinteressante.
Retrata o drama de um adolescente com os seus pais e mestres, e seu interesse pelo cinema e amigos. O fim foi bastante maçante e fiquei com a sensação de que algo estava faltando, mas não aquele gostinho de quero mais, apenas pareceu que terminou sem entregar o que prometeu. O jovem protagonista precisaria de muitos conselhos para melhorar e se eu não tivesse minha obrigações com a Liga, certamente poderia tentar ajudá-lo.”
Nota: 7,0 Lanterna Verde.

Assista também:

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8 comentários:

  1. O filme têm realmente toda essa importância na história do cinema, mas não deixa de ser chatinho, cansativo. Não gosto da temática também. E aquele final? Falei: ué, é isso?
    Pra mim o filme está muito desatualizado. Se fosse hoje em dia, o menino seria diagnosticado com DDA, tomaria ritalina e pronto, sem esse drama todo.

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  2. Se fosse hoje em dia, o menino seria diagnosticado com DDA, tomaria ritalina e pronto, sem esse drama todo.
    Morri com a Patrícia.

    Também acho que determinados filmes acabam sendo elevados a um status maior do que merecem, não pelo filme em si, mas sim pela importância que ele representa pro cinema. E pra mim isso é uma tremenda injustiça.

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  3. Hahahahahahaha
    Ou então, tomaria uma tunda de laço, como a gente diz aqui no sul, e se curava rapidinho... hahahahaah
    Bom, eu concordo que o filme é chato. E é chato bagaraio mesmo, principalmente pro ritmo de hoje. Mas injustiça, meu caro Régis, seria o filme NÃO TER O STATUS que tem, já que ele representa muito para a história do cinema.
    Eu entendo a tua posição, a tua ojeriza ao fato de por uma obra ser conceituada todo mundo tem uma certa obrigação de gostar. Ora, perca ela! Esqueça isso, pois a maioria das obras-primas de hoje, levaram chumbo quando estreiaram! Até o Kubrick sofreu na mão dos detratores!
    E são os mesmos bundões que agora ficam chamando o trabalho dele de genial. E no caso, é genial mesmo, mas só o tempo acabou determinando isso como fato. Logo, foi por isso que a gente abriu o nosso blog, com um jeito diferente de encarar cinema: com amor e paixão, não pra inglês ver.
    Grande abraço pra vocês dois, obrigado por estarem sempre aqui conosco! Patrícia, volte sempre!!!

    PS - Tem um aí que está tão sempre aqui que foi até promovido... hahahahahahaha

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  4. Não sou daqueles que se obriga a elogiar certos filmes por serem de pessoas consagradas. Não gosto do François Truffaut e nunca gostei!!!

    Os Incompreendidos, por ser um filme de estréia e meio autobiográfico, tem seu valor mas é muito chato! Rsrs

    Gostei de algumas partes mas é totalmente dispensável. Tem um do Truffaut que é muito melhor na minha opinião e que acrescenta bem mais pra quem o assiste, Fahrenheit 451!

    Abraços

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  5. Não, claro Aparício... eu entendo você também. Tipo, eu não digo que o filme não mereça ser homenageado, e tudo o mais. Eu só acho que em alguns casos, este status acabada atrapalhando o real sentimento de algumas pessoas com relação a ele. (Que foi basicamente o que você disse.)

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  6. Eu concordo que algumas pessoas dizem que gostam só por ser truffaut.
    Sou a favor da opinião própria hehehe, mas o fato dele ser um renomado diretor, me deixa com muita vontade de assistir ao filme, independente das notas. Assim que eu assistir volto aqui

    Abraço pessoal!

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  7. A verdade é que existem dois François Truffaut.

    Enquanto diretor, Truffaut não é nem de longe tudo o que dizem. É um diretor regular, que tem uma certa impotância. Dai para ser o gênio que dizem é querer demais. Para quem se interessar pela Nouvelle Vague, eu recomendo muito mais o Godard mesmo.

    Mas, enquanto crítico de cinema, Truffaut foi um monstro. Suas críticas corrosivas, sua acidez, e ao mesmo tempo paixão, é o que de melhor se encontro na crítica internacional - talvez por causa disso sua fama tenha se estendido, indevidamente, para o cinema. Quem se interessa por ler críticas, eu recomendo que não deixe de o ler. Aí sim conhecerão quem foi o cara.

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  8. Uau! Opiniões acaloradas hein!
    Também sou a favor da opinião própria, desde que antes de sair "malhando" ou elogiando a pessoa realmente conheça a obra. E que vá assistir sem pre-conceitos.

    Gostei bastante de Os Incompreendidos. Apesar de o ritmo ser massante em um mundo pós MTV, achei o tema atemporal e altamente "simpatizante". Quem nunca quis ser um rebelde sem (ou melhor com) causa?

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