terça-feira, 19 de outubro de 2010

Top 227 - A Estrada da Vida (La Strada, 1954) -

Top 227 - A Estrada da Vida (La Strada, 1954)

" - De uma união improvável, entre um brucutu carrancudo e mal-humorado e uma jovem doce e inocente, nasce o primeiro filme do mestre Federico Fellini a despontar no Top 250. Tem como esse relacionamento dar certo? Vamos descobrir acompanhando esse inusitado casal pelas estradas da vida...

Datado: o tempo foi cruel com esse filme...Enchendo Linguiça: para cumprir horário, o filme tem uma série de acontecimentos desnecessários.Estrela: um dos artistas carrega o filme nas costas.

Nota IMDB: 8,1.Nossa Nota: 6,5.

1954, Itália - Drama / Road Movie - Clique para visitar o IMDB desse filme:
Diretor: Federico FelliniNoites de Cabíria (1957), A Doce Vida (1960), 8 ½ (1963).
Elenco: Anthony Quinn, Giulietta Masina, Richard Basehart, Aldo Silvani.

Sinopse: uma garota pobre é vendida à um bruto artista itinerante, sofrendo abuso emocional e físico pelo caminho..

Super-Homem - Leandro AvilaA Estrada da Vida foi um filme de grande importância para o diretor Federico Fellini por diversos aspectos. Criado e escrito por ele e por Tullio Pinelli, seu colaborador de longa data, colocou seu nome em evidência mundial ao conquistar seu 1° Oscar na categoria de Melhor Filme Estrangeiro em 1957 e, de quebra, lançou sua esposa, a atriz Giulietta Masina, rumo ao estrelato.
A obra gira em torno do saltimbanco casmurro Zamparo e a sua ingênua ajudante Gelsomina, numa Itália pobre devido ao período pós-guerra. Num primeiro momento, podemos achar que o longa nos revelará uma releitura do clássico A Bela e a Fera, mas descobrimos que o que se segue é justamente o oposto deste conto. Na fábula, temos a premissa da redenção pelos valores pessoais e pelo amor do casal central e na história de Fellini o que impera é a falta do amor (pelo menos, do amor aparente) devido à insensibilidade, a truculência e o machismo do personagem de Anthonny Quinn.

Não basta matar um leão por dia, tem
que encarar uma correntinha também...
O grande destaque do filme é a atuação de Giulietta, que nos sensibiliza com suas caras e bocas, ora cômicas, ora melancólicas (praticamente uma versão feminina de Carlitos), despertando a nossa curiosidade em saber qual será o destino de sua carismática personagem. Talvez as idas e vindas dos protagonistas, sem um objetivo maior para o enredo, tenham me decepcionado um pouco. Eu, como herói, mesmo preferindo um final totalmente feliz, me contento ao ver uma redenção, uma visão menos desumana ou uma lição de vida nas histórias, e o que se seguiu no desfecho desse longa, não supriu as minhas altas expectativas.

Merece estar no TOP 250? Não. Felinni tornou-se um nome conhecido no cinema por ter contribuído com verdadeiras obras-primas, que merecem estar em qualquer lista dos melhores de todos os tempos. Porém, A Estrada da Vida, não é o que melhor representa seu excepcional trabalho, faltando um pouco para esse patamar. Reservo então esse lugar para um outro representante de sua arte que certamente surgirá na estrada do Top 250.
Nota: 7,0 Super-Homem.
       
- Enquanto isso, na sala da Liga Nerd IMDB...


Lanterna Verde - Gustavo Paranhos"- Dirigido por Federico Fellini o filme representa um período decadente da Itália e conta com a boa atuação de Anthony Quinn como protagonista. Bem, isso foi tudo de bom que achei para falar sobre La Strada, de resto eu me pergunto: o que este filme faz no top 250 do IMDB?
Já me fiz essa pergunta por algumas vezes e ainda não consegui descobrir a resposta.
O filme é fraco, cansativo e pouco interessante.”
Nota: 6,0 Lanterna Verde.

Aquaman - Leo Feck"- Depois de ouvir falar muito sobre Federico Fellini, enfim assisto uma obra sua e, de cara, digo que achei no mínimo interessante. O filme possui um ritmo cadenciado e um tanto cativante, fácil de prender o espectador. Acredito que as características fortes e bem interpretadas dos protagonistas, levaram de maneira agradável o filme: Anthony Quinn num personagem grosseiro, me despertando indignação a todo momento, e Giulietta Masina em um papel de uma moça queridinha e engraçada, da qual torci para que ela tomasse as melhores escolhas, que por vezes pareciam óbvias... Curti e recomendo.”
Nota: 7,3 - Aquaman.

Batman - Aparício Neto"- Em seu primeiro filme premiado e reconhecido, Fellini utiliza o velho artifício de uma viagem para mostrar as diversas facetas humanas de personagens completamente inocentes e unidimensionais, que beiram a caricatura em suas motivações pueris. Tudo isso ocorrendo num cenário insólito: a Itália devastada pela guerra. A união desses fatores viria a ser o padrão do neo-realismo, movimento que dominou o cinema de arte europeu nas décadas vindouras. Mas porque falar disso? Simples.
Pegue uma boa atuação de Anthony Quinn, até engraçado em sua grosseria desmedida, contrastando com a performance amplamente física de Masina, cheia de caretas e movimentos exagerados. Some isso com alguns bons enquadramentos e uma trilha sonora correta, numa estória que acontece mais por contemplação, e obtemos o que sobrou para ver nesse filme fora de seu contexto histórico. Pouco, muito pouco para estar aqui...”
Nota: 6,0 - Batman.

Mulher-Gavião - Daya Ambos"- Podem me chamar de insensível e até mesmo de injusta pelo que escreverei agora, mas não gostei deste filme. A obra (considerada “prima” por muitos) é muito bela, tem uma dramaticidade magnifica e carregada de uma veracidade impressionante. Mesmo assim não consegui me envolver por completo, nem com sua história, nem com as suas atuações, principalmente a de Giulietta Masina que considerei forçada e excessivamente caricata, destoando em algumas cenas do contexto geral.
Admito que este filme é de uma importância enorme para o cinema e que seu diretor é considerado um mestre, porém não foi desta vez que Fellini me convenceu de seu grandioso talento. Sigo de coração aberto, aguardando a próxima oportunidade!”
Nota: 6,0 - Mulher-Gavião.

Assista também:

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6 comentários:

  1. Assistir a filmes assim deve ser a pior parte do projeto

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  2. Estou de pleno acordo com a nota!
    Na verdade, eu desprezo o Fellini. Não consigo ver nada de mais em seus filmes, pra mim ele é superestimado demais. Aqueles que estão começando a ir atrás do cinema clássico - na fase pré-cinéfilo - parece que se sentem na obrigação de dizer que acham Fellini um gênio. Menos, muito menos.

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  3. Pessoal:

    Boa noite! Obrigado pela visita!
    Pois é, existem alguns mitos, e um deles é o Fellini. Eu não vi ainda um filme seu que se equipare a um Hitchcock, Hawks ou Welles (pra citar uns clássicos), mas mesmo assim, se alguém se sentir dessa forma, vai ser tachado como burro...
    Eu esperava grandes pedradas com a postagem, foi surpreendente o comentário de vocês. Valeu pelo respeito. Grande abraço!

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  4. Ainda não assisti à esse filme, mas gostei de 8½, e noites de cabíria é um dos meus filmes favoritos, então respeito bastante Fellini. Acho que é uma questão de gosto mesmo. mas quando eu assistir a Estrada, venho aqui dar minha opinião. vlw pessoal.

    Abraço!

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  5. Há filmes que marcam uma história apenas por dar pontapé a uma corrente artística. Mesmo tendo sido lançado cerca de 10 anos após o início do neo-realismo italiano, La Strada é um exemplo desses. Por essa razão é considerado histórico (além de ter como diretor um dos mais brilhantes cineastas da história; Fellini). Há duas maneiras de analisarmos uma obra cinematográfica. A primeira por um viés artístico, sendo analisado minuciosamente aspectos como dramatização, fotografia, desenrolar da história, enquadramento, trilha sonora e outros. E o segundo pela maneira como entrete o espectador. Sendo essa segunda o modo mais certo para uma boa bilheteria. Em La Strada, vemos uma história de uma garota, ligada às artes circenses de modo forçada, interpretada pela própria esposa de Fellini; Giulietta Masina. Pra mim ela se mostrou medianamente. Quinn consegue dar mais realidade em sua interpretação como Zampanò. O filme, triste - assim como a Itália na 2ª Guerra Mundial - é um bom retrato histórico, mas do modo artístico deixa um pouco a desejar. Uma das poucas surpresas fica por conta de Nino Rota (autor de trilhas sonoras fantásticas como as de O Poderoso Chefão e Fellini 8 1/2) que consegue dar um crédito a mais ao filme.

    Minha nota: 7,5

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  6. Oi Cavalcante!!! Bem Vindo ao Blog Cara!
    Gostei bastante do seu comentário, esse filme não agradou a liga como um todo, mas eu, pessoalmente, confesso que não sabia que Nino Rota trabalhava nesse filme, o cara é realmente um gênio, gosto dele em Romeu e Julieta, a versão mais antiga.
    Voltando à Estrada, concordo com o que você falou, sobre as duas formas de analisar o filme.

    Brigado pelo seu comentário, e volte sempre :)

    Grande Abraço

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